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Linhagens do CEMIB contribuem para reprodutibilidade da pesquisa científica mundial

A inserção de 19 linhagens de camundongos do CEMIB nos repositórios Mouse Genome Informatics-MGI e Research Resource Identifiers-RRID fortalece a internacionalização dos serviços prestados pelo Centro

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Na última década, a comunidade científica tem se preocupado com os baixíssimos níveis de reprodutibilidade dos resultados de pesquisas. Dados publicados em 2011 revelam que, no máximo, 25% de estudos envolvendo alvos terapêuticos relacionados à saúde da mulher e doenças cardiovasculares podem ser replicados com precisão.

Outro grupo de pesquisa analisou 53 estudos com fármacos anticâncer e afirmou que apenas 6, ou seja, 11% puderam ser confirmados.

Em 2016, a preocupação crescente com a reprodutibilidade dos resultados científicos motivou o Instituto Nacional de Saúde (National Health Institute – NIH) a exigir que pedidos de financiamentos de projetos fossem analisados minuciosamente no que diz respeito aos critérios de reprodutibilidade.

A partir de então, iniciou-se um movimento da comunidade científica global buscando reproduzir estudos farmacológicos e toxicológicos de alto impacto. Infelizmente, ainda hoje, tais índices permanecem baixos.

Um dos obstáculos à reprodutibilidade é a carência de informações relevantes sobre o material e métodos utilizados na pesquisa científica.

Um estudo publicado em 2013 com mais de 200 artigos científicos revelou que, em mais da metade, não foi possível identificar com precisão os principais recursos experimentais, tais como organismos, anticorpos, reagentes e linhagens celulares, ainda que houvesse menção a fornecedores e números de catálogo ou estoque.

Tais dados não representam garantia de rastreabilidade, uma vez que podem ser alterados, descontinuados, reutilizados ou duplicados por um fornecedor diferente.

A iniciativa de Identificação de Recursos de Pesquisa (RRID) foi criada por um grande grupo formado por pesquisadores, agências governamentais e de fomento, editores, fornecedores de recursos e outros interessados para tratar da distinção dos recursos experimentais, notadamente nas ciências biomédicas.

O RRID representa, assim, um sistema de identificação único e permanente que permite a caracterização de recursos experimentais, auxiliando pesquisadores a citar recursos-chave (anticorpos, organismos modelo e projetos de software) na literatura biomédica contribuindo para a transparência e o rigor nos métodos científicos.

Os RRID’s são gerados e consultados gratuitamente, além de serem consistentes, precisos e rastreáveis entre editores e periódicos. Os RRID”s fazem parte de uma lista de verificação de rigor e transparência criada e endossada pelas principais editoras, a MDAR (Materials Design Analysis Reporting Framework – https://sciscore.com/reports/MDAR-Report.php).

A fim de auxiliar autores a encontrar rapidamente os identificadores corretos para seus materiais, existe uma única página (http://scicrunch.org/resources) onde todos os tipos de recursos inseridos podem ser encontrados e um botão ‘cite isto’ próximo a cada recurso que contém texto de citação adequado que deve ser incluído na seção de métodos do manuscrito.

Uma característica fundamental da nomenclatura de camundongos e ratos utilizados na experimentação animal é o Código de Registro de Laboratório, um código geralmente de três a quatro letras (primeira letra maiúscula, seguida de todas minúsculas) que identifica um determinado instituto, laboratório ou investigador que produziu, e pode conter estoques de uma linhagem específica.

Os códigos de laboratório são atribuídos pelo Institute of Laboratory Animal Research (ILAR) e, no caso das linhagens produzidas pelo CEMIB, o código Unib identifica as linhagens mantidas em suas dependências por mais de 20 gerações.

A inserção de dezenove linhagens de camundongos do CEMIB no repositório Mouse Genome Informatics (MGI) e, posteriormente, obtenção do RRID, fortalece a internacionalização dos serviços prestados pelo Centro, incrementando sua visibilidade e reconhecimento perante a comunidade científica.

A partir de agora, as linhagens Unib compõem um painel internacional, acessível a pesquisadores de todo o mundo, que podem, portanto, submeter sua pesquisa aos mais bem-conceituados periódicos científicos.

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